China e Estados Unidos são duas das maiores potências econômicas do mundo. Resulta estranho que, em menos de uma década, esses dois gigantes tenham passados por problemas relacionados ao mercado imobiliário. A bolha americana é conhecida, fruto de uma concessão de crédito exagerada, faliu bancos, investidores e fez milhões de pessoas perderem o próprio imóvel. Como consequência, a crise se expandiu pela Europa, tornando-se um problema global.
Na China, por diversos motivos, os imóveis estão valorizando há mais de 20 anos. Comprar um imóvel é um grande negócio e, de acordo com pesquisa divulgada pela Universidade de Finanças e Economia do Sudoeste, localizada em Chengdu, 66% das famílias têm suas economias investidas no setor imobiliário.
Com tanta gente comprando, os imóveis continuaram subindo de preço. Hoje, em média, um habitante de Pequim teria que economizar toda sua renda por 34 anos para poder comprar um apartamento à vista. Preocupado com esse aumento desenfreado, o governo chinês promoveu ações para controlar a oferta, como por exemplo, limitar o crédito a construtoras e a imposição de novos impostos sobre a venda de imóveis. Foi um tiro pela culatra, pois essas ações inflacionaram ainda mais os imóveis já construídos.
O governo também tentou controlar a demanda, colocando tempo mínimo de residência para comprar uma habitação; cobrando juros elevados de casais que desejam adquirir um segundo imóvel. Essa condição aumentou o número de divórcios na China, as pessoas se separavam legalmente para ter o direito de comprar um imóvel extra, sem juros elevados. No fim, a tentativa de controlar a demanda funcionou, mas trouxe outro problema.
Com a construção de tantos imóveis, e a dificuldade da população em adquiri-los, começaram a surgir cidades fantasmas. Nos primeiros meses de 2014, as vendas diminuíram 7%, enquanto o percentual de áreas construídas diminuiu 22%. Sem vender imóveis, as construtoras não conseguem pagar seus empréstimos e os bancos também podem ruir. A pressão de queda nos preços está aumentando, a riqueza da maioria das famílias está no setor e uma desvalorização afetaria a economia como um todo.
O futuro econômico da China depende de ações imediatas, o governo precisa encontrar soluções para voltar a aquecer o mercado. Poderiam ser medidas para ajustar o crédito. Outra ideia seria acabar com as restrições para a compra de imóveis. A tendência é que o mercado imobiliário chinês deixe de gerar lucros irracionais e entre num período de estabilização.
William Cruz – Colunista do PortaisImobiliários.com.br uma rede de portais de imóveis, como o portal de imóveis em Porto Alegre | guiaimoveisportoalegre.com, presente em mais de 250 cidades do Brasil.
Crédito da imagem: free digital photos.
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